Terapia de reposição hormonal

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A terapêutica hormonal pretende repor os níveis hormonais de estrogênio que se encontram residuais na menopausa. Este tipo de tratamento deve ser instituído apenas depois de realizada uma história pessoal e familiar detalhada e de se fazer uma avaliação física, de forma a identificar os sintomas, os fatores de risco, as contraindicações que possam estar presentes. Após esclarecimento, a decisão de iniciar a terapêutica, a sua dose, a duração e a via de administração deve ser partilhada entre o médico e a paciente.

Algumas das contra-indicações para este tipo de tratamento são: as hemorragias genitais não esclarecidas, cancro da mama (ou outros cancros dependentes de hormonas), tromboses venosas e arteriais, doença hepática (do fígado), trombofilias, hipertensão arterial não controlada. Existe outro tipo de contra-indicações que devem ser individualizadas e esclarecidas com o médico ginecologista (especialista em ginecologia).

O tratamento hormonal inclui fármacos (medicamentos ou remédios) com estrogénios, progestativos e estroprogestativas (combinação de ambos). Podem ser administrados por via oral (comprimidos), transdérmica (selo ou adesivo), sistema intrauterino, percutânea (gel) ou vaginal.

A terapêutica hormonal é a mais eficaz no alívio dos sintomas, sendo isto mais evidente quando iniciada antes dos 60 anos ou até 10 anos após a menopausa. Este tipo de terapêutica diminui o risco de fraturas ósseas e melhora o perfil de risco cardiovascular (se iniciada na menopausa recente)

As mulheres com menopausa antes dos 45 anos têm um risco aumentado de doenças cardiovasculares e de osteoporose, podendo o tratamento hormonal diminuir os sintomas e melhorar alguns fatores de risco, estando indicada pelo menos até à idade média da menopausa (51 anos). Os estrogênios aplicados localmente na vulva e vagina revertem a atrofia e os sintomas associados, melhoram os sintomas de incontinência urinária e diminuem a ocorrência de infeções.

A terapêutica hormonal com estrogênios e estroprogestativos orais pode estar associada a um maior risco de eventos tromboembólicos. O risco de cancro da mama é baixo e está dependente do início e da duração da exposição, especialmente do progestativo. O risco de cancro do endométrio aumenta com a utilização do estrogénio isolado, estando indicada a associação de um progestativo ao tratamento.

Na maioria dos casos, os sintomas são controlados com tratamento durante 3 a 5 anos. Em cerca de 40% dos casos pode haver sintomas intensos que interferem com a qualidade de vida da mulher depois dos 60-65 anos. A duração do tratamento deve ser individualizado para cada mulher, devendo esta ser esclarecida acerca dos riscos associados à terapêutica. Pode ser feita uma suspensão da terapêutica hormonal com uma redução gradual, com recorrência dos sintomas a curto prazo inferiores, ou de forma abrupta.

A vigilância da mulher sob este tipo de terapêutica deve ser anual, com avaliação de novo de fatores de risco e de contra-indicações, e realização dos rastreios recomendados.

Fonte: www.saudebemestar.pt

Drª Cátia Carnide, médica ginecologista (NOM 43690).

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