30 milhões de mulheres no Brasil estão na faixa etária do climatério e menopausa

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No Brasil, 30 milhões de mulheres estão vivendo a fase do climatério e menopausa, um período de transição hormonal que afeta 7,9% da população feminina, segundo o IBGE. Apesar desse número expressivo, apenas cerca de 238 mil mulheres foram diagnosticadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em contraste, a revista científica Climateric aponta que 82% das brasileiras nessa faixa etária enfrentam sintomas que comprometem a qualidade de vida.

Esses números destacam um cenário preocupante: a maior parte das mulheres passa por essa fase sem diagnóstico ou tratamento adequado, evidenciando uma lacuna histórica na saúde pública. 

A negligência em torno do tema reflete-se na falta de políticas específicas e na pouca visibilidade da menopausa em comparação com outras fases da vida da mulher, como menarca, gravidez e maternidade.

Impactos do climatério e menopausa na saúde feminina

O climatério, período que precede a menopausa, é caracterizado pela diminuição progressiva da função ovariana, podendo durar até 10 anos. A menopausa, definida pela cessação permanente da menstruação, marca o fim desse ciclo. Embora natural, essas transições hormonais afetam profundamente a saúde física, emocional e social das mulheres.

Entre os mais de 40 sintomas associados a essa fase, os mais comuns incluem ondas de calor (fogachos), insônia, irritabilidade, ansiedade, cansaço, dores articulares e ressecamento vaginal. Esses sintomas podem impactar a qualidade do sono, a memória, a concentração e até as relações interpessoais.

No trabalho, mulheres nessa fase enfrentam desafios que vão além do desempenho profissional. Oscilações de humor e episódios de esquecimento muitas vezes são interpretados como falta de competência, gerando pressão adicional em um ambiente já desafiador. Estudos mostram que essas dificuldades, quando não tratadas, podem levar ao isolamento e até à saída precoce do mercado de trabalho.

Em audiência no Senado, Leila Moura, 51 anos, descreveu o climatério como uma das fases mais difíceis de sua vida. Apesar disso, reconheceu o privilégio de trabalhar na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, onde pôde acessar uma rede de profissionais qualificados. A realidade é muito diferente para mulheres em situação de vulnerabilidade, que, além de lidar com os sintomas, enfrentam barreiras para acessar cuidados básicos e informações confiáveis.

Saúde pública e os desafios do SUS

Embora alternativas para o tratamento da menopausa existam — como terapia hormonal, medicamentos não hormonais, exercícios físicos e alimentação funcional —, o acesso a essas intervenções é limitado no Brasil. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres (PNAISM), criada em 2004, prevê cuidados ao longo de todas as fases da vida feminina, mas o climatério e a menopausa recebem pouca ênfase.

Durante uma audiência pública no Senado, a cidadã Fernanda Carolina Souza contou que enfrentou menopausa precoce aos 25 anos e apresentou falhas na atenção primária da Saúde. Ela passou anos sem diagnóstico na rede pública, buscando soluções em consultas particulares. 

Ciente que exista ausência de dados robustos sobre os impactos do climatério e menopausa e que isso tem perpetuado a desinformação e o estigma, o debate sobre menopausa vem ganhando força no Senado, onde propostas como o Projeto de Lei (PL) 3.933/2023, do senador Mecias de Jesus, buscam incluir serviços específicos para mulheres no climatério e menopausa no SUS.

O projeto, atualmente em análise na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), sugere medidas como:

  • Realização de exames diagnósticos, incluindo o teste de Hormônio Folículo Estimulante (FSH);
  • Disponibilização de medicamentos hormonais e não hormonais;
  • Acompanhamento psicológico e multidisciplinar;
  • Capacitação de profissionais da saúde.
  • Além disso, o projeto propõe instituir a Semana Nacional de Conscientização para Mulheres na Menopausa ou em Climatério, com o objetivo de educar a população e romper o estigma em torno do tema.

A senadora Teresa Leitão, relatora do projeto, destaca que a implementação dessas políticas exige planejamento e coordenação para garantir que os direitos das mulheres sejam respeitados e ampliados. “Aprovaremos uma lei que atinja seus fins sociais e traga dignidade a essas mulheres”, afirmou.

Viver bem na menopausa

Promover políticas públicas inclusivas e ampliar a conscientização são passos fundamentais para transformar a maneira como o climatério e a menopausa são vivenciados no Brasil. Afinal, cuidar da saúde da mulher em todas as etapas da vida é também investir em qualidade de vida e bem-estar social.

Com uma expectativa de vida de cerca de 80 anos, as brasileiras passam uma parcela significativa de suas vidas convivendo com os efeitos da falência ovariana. Apesar dos avanços científicos e legislativos, ainda há um longo caminho para assegurar que todas as mulheres, independentemente de sua classe social ou localização, tenham acesso a um diagnóstico precoce e a tratamentos eficazes.

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