A dupla decidiu testar a ideia com o público-alvo, entrevistando 200 mulheres para entender se existia a demanda por algo relacionado ao assunto. Como resultado, perceberam uma grande falta de informação: 68% afirmou ter dificuldade para conviver com os sintomas; 41% não sabia identificá-los e apenas 15% procurou o médico para falar sobre a menopausa. “Buscamos médicos especialistas para entender como ajudá-las de forma fácil e digital, para que pudessem ter acesso à informação para identificar os sintomas e ter um direcionamento nas opções de tratamento”, explica Cunha.
A partir das conversas, chegaram à ideia de criar uma plataforma gratuita onde as mulheres pudessem responder a um questionário e identificar, a partir do Índice Menopausal de Kuppermann e Blatt, em que fase da menopausa se está. Em cinco meses, mais de 2.100 mulheres foram avaliadas — a estimativa era conseguir 300 participações. O projeto foi crescendo no boca a boca, por indicação entre as interessadas.
Uma vez que a demanda ficou clara com a alta procura pela plataforma, as sócias começaram a se questionar sobre qual solução oferecer depois. Analisando as primeiras mil avaliações, chegaram aos cinco principais sintomas que mais incomodavam as mulheres, com percentual de mais de 80% de impacto nas rotinas: insônia, alteração de humor, falta de libido, falta de energia e ansiedade.
Elas pesquisaram soluções oferecidas em outros países e chegaram aos suplementos fitoterápicos, para ajudar com os sintomas, lançados no início de janeiro. A formulação foi feita por um time de especialistas composto por farmacêutico, ginecologistas, nutricionista, psicólogo e responsável químico, com produção terceirizada e aprovação da Anvisa. “Temos roadmap para criar produtos para até 10 sintomas nos próximos 18 meses, com a ideia de futuramente fazer conexão também com serviços personalizados de acordo com a fase da menopausa”, explica Moussalli. Elas não descartam oferecer, no futuro, consultas médicas dentro da plataforma.
Para promover o acolhimento das mulheres e a disseminação de informação sobre o tema, a dupla criou em dezembro de 2021 o projeto Prosas & Pausas, encontros virtuais onde elas podem conversar e tirar dúvidas com especialistas. “Vender apenas um produto seria vago. A pílula mágica não existe. Queremos ouvir essas mulheres, oferecer uma extensão daquela avaliação inicial. Além dos sintomas físicos, existem os sintomas emocionais, é uma fase solitária”, afirma Cunha.
Com investimento próprio de R$ 500 mil, as expectativas das sócias são positivas, graças ao fôlego de caixa. Elas estabeleceram a meta de crescer dois dígitos por mês neste primeiro ano de vendas dos produtos para determinar qual caminho mais promissor a seguir com o projeto.
Edição: REBECCA SILVA Confira a publicação e matéria completa em: https://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2022/01/empreendedoras-criam-femtech-para-promover-acolhimento-durante-menopausa.html?status=500